Parceiros visitam Espaços Amigos da Criança em Manica e Sofala
Os parceiros visitaram alguns Espaços Amigos da Criança (EACs) instalados em Matarara, Posto Administrativo de Dombe (um dos mais afectados pelo IDAI), distrito de Sussundenga em Manica e Mandruze, distrito do Dondo, em Sofala, onde foram reassentados alguns dos deslocados pelo #IDAI. Os parceiros em causa são a Rede da Criança, Rede CAME e Linha Fala Criança que puderam interagir com as crianças, animadores de EACs, assistentes de gestão de casos e oficiais de protecção da criança.
Esta viagem de campo foi organizada pela Save the Children com o objectivo de proporcionar uma oportunidade de aprendizagem aos parceiros estratégicos nacionais focados na criança, a fim de fortalecer a sua capacidade e engajamento na resposta à emergência.
Os EACs são vitais na resposta actual, pois proporcionam uma abordagem de apoio psicossocial colectivo para as crianças num ambiente protegido, para participarem em actividades organizadas amigavelmente para brincar, socializar, aprender e se expressar enquanto reconstroem as suas vidas. As intervenções de gestão de casos visam prevenir e responder a qualquer abuso, negligência, exploração e violência contra as crianças na actual resposta à emergência.
*O #COSACA é um consórcio de emergência e ajuda humanitária composto pela Save the Children, Care e Oxfam e tem como objectivo dar respostas imediatas e duradouras durante as inundações, secas e ciclones.
Depoimentos dos parceiros:
“Somos um serviço de atendimento e aconselhamento, temos a outra componente que é de outrech, que conta com os nossos conselheiros. Uma interacção com os facilitadores dos Espaços Amigos da Criança pode permitir que estes conselheiros tenham um ganho. Por outro lado, percebemos que a Linha foi bastante divulgada nesta emergência. Vimos a importância de se ter a Linha para casos de abuso ou outro tipo de violência contra a criança. Através da implantação de EACs pela Save the Children, os nossos conselheiros podem ver no terreno o que é lidar com uma criança em crise. Na gestão de casos, pode também haver uma interacção entre a pessoa que está no terreno e a que está no centro de chamadas. São trabalhos que podem ser capitalizados para o trabalho da Linha Fala Criança”, Calisto Guambe, Linha Fala Criança
“Como Rede da Criança, em Manica não temos nenhum membro que esteja a operar. Esta experiência despertou-nos a necessidade de uma intervenção numa comunidade pós-emergência. É um aprendizado por partilhar com os nossos membros. Os acidentes e desastres acontecem sem que esperemos. Não estavamos preparados, mas já temos noção de como se pode dar resposta a uma emergência”, Naira Zualo, Rede da Criança
“Como Rede, temos duas OSC’s em Manica. Quando aconteceu o ciclone procuramos entrar em contacto, a pedir o ponto de situação, mas não chegamos a ter uma informação concreta. Isso fez-me perceber, de imediato, que não estavamos capacitados nem preparados para uma resposta como a que a Save the Children deu e está a dar. Há uma necessidade de nós, como Rede Came, capacitarmos os nossos colaboradores para qualquer emergência. É notório o fraco número de organizações nacionais a darem resposta, porque não estamos capacitados a responder a uma emergência. Acho que o EAC é uma acção aplicável em qualquer emergência. É onde a criança começa a ganhar resiliência e vontade de viver. Esta visita foi muito importante para nós. Antes do contacto com o terreno não sabiamos ao certo o que estava a acontecer. Ouviamos falar de EACs mas não sabiamos em concreto o que estava a ser feito. Vamos tentar passar esta experiência aos nossos membros, e não capacitá-los só em situação de emergência. Vimos, tambem, uma atenção especial na definição de uma intervenção adequanda ao contexto cultural. O programa tem o cuidado de não ferir o contexto cultural. Como Rede temos que aperfeiçoar esta questão, e avaliar até que ponto a nossa intervenção pode ferir sensibilidades ligadas ao género, cultura, etc”, Virgínia Bambo, Rede Came.