Parceiros visitam Espaços Amigos da Criança em Manica e Sofala

Thursday 22 August 2019

Os parceiros visitaram alguns Espaços Amigos da Criança (EACs) instalados em Matarara, Posto Administrativo de Dombe (um dos mais afectados pelo IDAI), distrito de Sussundenga em Manica e Mandruze, distrito do Dondo, em Sofala, onde foram reassentados alguns dos deslocados pelo #IDAI. Os parceiros em causa são a Rede da CriançaRede CAME e Linha Fala Criança que puderam interagir com as crianças, animadores de EACs, assistentes de gestão de casos e oficiais de protecção da criança.

Esta viagem de campo foi organizada pela Save the Children com o objectivo de proporcionar uma oportunidade de aprendizagem aos parceiros estratégicos nacionais focados na criança, a fim de fortalecer a sua capacidade e engajamento na resposta à emergência.

Os EACs são vitais na resposta actual, pois proporcionam uma abordagem de apoio psicossocial colectivo para as crianças num ambiente protegido, para participarem em actividades organizadas amigavelmente para brincar, socializar, aprender e se expressar enquanto reconstroem as suas vidas. As intervenções de gestão de casos visam prevenir e responder a qualquer abuso, negligência, exploração e violência contra as crianças na actual resposta à emergência.

*O #COSACA é um consórcio de emergência e ajuda humanitária composto pela Save the Children, Care e Oxfam e tem como objectivo dar respostas imediatas e duradouras durante as inundações, secas e ciclones.

 

Depoimentos dos parceiros:  

Somos um serviço de atendimento e aconselhamento, temos a outra componente que é de outrech, que conta com os nossos conselheiros. Uma interacção com os facilitadores dos Espaços Amigos da Criança pode permitir que estes conselheiros tenham um ganho. Por outro lado, percebemos que a Linha foi bastante divulgada nesta emergência. Vimos a importância de se ter a Linha para casos de abuso ou outro tipo de violência contra a criança. Através da implantação de EACs pela Save the Children, os nossos conselheiros podem ver no terreno o que é lidar com uma criança em crise. Na gestão de casos, pode também haver uma interacção entre a pessoa que está no terreno e a que está no centro de chamadas. São trabalhos que podem ser capitalizados para o trabalho da Linha Fala Criança”, Calisto Guambe, Linha Fala Criança

 

“Como Rede da Criança, em Manica não temos nenhum membro que esteja a operar. Esta experiência despertou-nos a necessidade de uma intervenção numa comunidade pós-emergência. É um aprendizado por partilhar com os nossos membros. Os acidentes e desastres acontecem sem que esperemos. Não estavamos preparados, mas já temos noção de como se pode dar resposta a uma emergência”, Naira Zualo, Rede da Criança

 

Como Rede, temos duas OSC’s em Manica. Quando aconteceu o ciclone procuramos entrar em contacto, a pedir o ponto de situação, mas não chegamos a ter uma informação concreta. Isso fez-me perceber, de imediato, que não estavamos capacitados nem preparados para uma resposta como a que a Save the Children deu e está a dar. Há uma necessidade de nós, como Rede Came, capacitarmos os nossos colaboradores para qualquer emergência. É notório o fraco número de organizações nacionais a darem resposta, porque não estamos capacitados a responder a uma emergência. Acho que o EAC é uma acção aplicável em qualquer emergência. É onde a criança começa a ganhar resiliência e vontade de viver. Esta visita foi muito importante para nós. Antes do contacto com o terreno não sabiamos ao certo o que estava a acontecer. Ouviamos falar de EACs mas não sabiamos em concreto o que estava a ser feito. Vamos tentar passar esta experiência aos nossos membros, e não capacitá-los só em situação de emergência. Vimos, tambem, uma atenção especial na definição de uma intervenção adequanda ao contexto cultural. O programa tem o cuidado de não ferir o contexto cultural. Como Rede temos que aperfeiçoar esta questão,  e avaliar até que ponto a nossa intervenção pode ferir sensibilidades ligadas ao género, cultura, etc”, Virgínia Bambo, Rede Came.